Aproveitei que tinha um bloco de aulas livre de manhã para me preparar, fiz umas soqueiras caseiras, cosendo anéis numas luvas que eu tinha.
Os anéis não se viam, porque estavam cobertos de linha, apenas se reparava nuns relevos.
Inspirei-me no “Assassin’s Creed” para prender ao antebraço junto ao pulso, um mecanismo com latas de spray. As latas deslizavam para a minha mão quando eu puxava 2 elásticos que estavam presos a luva, no momento em que as latas fossem para a minha mão era só “disparar” a tinta, quando quisesse era só levantar os braços para elas deslizarem de novo para o antebraço.
Dentro dos bolsos tinha isqueiros colados a bisnagas cheias de álcool formando um estilo de lança-chamas. Era só apertar a bisnaga depois de acender o isqueiro para atingir os meus adversários com álcool a arder.
Para o caso de as coisas ficarem perigosas, prendi umas lâminas duns x-actos que tinha em casa a uns cordéis, ficando uma espécie de arma oriental chinesa.
<Pareço um ‘nerd’ mascarado de ‘Rambo’.> pensei enquanto me via ao espelho.
Inspirei fundo enquanto saía de casa. Quando cheguei à escola já estava o Diogo com o Xavier e o bando todo à minha espera.
Caminhei em direcção a eles lentamente e todo ‘chunga’ como se fosse um filme.
<Porra que ‘tou’ alto ‘boss’.> pensei enquanto andava.
Reparei que não havia contínuas à vista, provavelmente alguns amigos dele simularam confusão dentro da escola para prevenir interrupções cá fora.
- Bem vindo Torcicolo, pensei muito em ti neste fim-de-semana. – disse o Diogo com ar vingativo.
- Muitas saudades querido? Já agora estás com uns pensos ‘memo’ ‘sexys’ na cara. – disse metendo-me com ele.
- Chega de conversa palhaço! Vais ver! – berrou ele enquanto atiçava os amigos contra mim.
<Isto até me faz lembrar o filme “300”, e eu sou o espartano.> pensei enquanto me punha em posição para combater os ‘gajos’.
Puxei o braço todo para trás soltando um soco, acabando por partir uns quantos dentes com a “soqueira” a um dos gangsters. Um segundo inimigo preparava-se para me agarrar para trás, deixei a lata deslizar no braço esquerdo, atingindo-o enquanto me virava. Ele acabou por cair no chão agarrando a cara tentando proteger os olhos.
Comecei a correr em direcção ao Diogo, dois amigos dele começaram a correr contra mim para me impedir. Tirei um “lança-chamas” de cada bolso disparando o álcool a arder para a cara deles. Eles caíram no chão a queixar-se enquanto eu continuava na direcção do Diogo.
Só faltava derrotar o Xavier para chegar ao Diogo, o Xavier afastou-o acabando por tirar uma navalha do bolso.
Parei de correr ficando um bocado intimidado. Ele começou a vir na minha direcção, só pensei numa coisa.
<Hora de ser ninja!> pensei enquanto retirava os cordéis com as lâminas presas na ponta.
Rodei a minha arma acabando por atingir a mão do Xavier, fazendo com que ele deixasse cair a navalha no chão. Aproveite a altura em que ele agarrava a mão a gritar de dor para lhe dar um murro com a luva no nariz, deixando-o desmaiado no chão com o nariz a sangrar.
O Diogo estava bastante assustado.
Comecei a dirigir-me a ele até que as contínuas apareceram todas. O Diogo acabou por fugir, ficando lá eu completamente “artilhado” e os outros no chão feridos.
<Merda…> pensei enquanto as contínuas me agarravam e chamavam a polícia da “escola segura”.
Decidi não fugir, porque já estava em grandes problemas e não queria piorar a situação, acabando por ser levado mais tarde para a esquadra.
Depois de vários minutos a explicar o que aconteceu à polícia, a direcção da escola chegou a um acordo com eles.
Ia ser expulso e transferido para outra cidade… claro que os meus pais ficaram completamente enervados comigo. Mas ou mudava-mos de cidade ou então eu ia para um reformatório.
Mas faltava resolver uns assuntos pendentes, eu sabia que o Diogo tentaria apanhar-me de novo para se vingar… eu apenas teria de esperar.
Claro que eu iria ficar sem a minha Daniela, mas não a ia abandonar sem uma despedida íntima primeiro.
Passei a noite na esquadra, mas no dia seguinte teria de resolver os assuntos em falta…
