Eram 13h15, as aulas finalmente terminaram, estava completamente em pulgas para que chegasse as 16h30. A Daniela disse-me que mandava um toque quando a surpresa estivesse pronta, mal podia esperar. Nunca tive tão curioso na minha vida.
Fui a casa almoçar, tentei comer o mais rápido possível sempre a olhar para as horas. Estava obcecado, meti o prato e os talheres na máquina para a minha mãe pôr a lavar quando chegasse a casa.
A hora chegou e recebi um toque da Daniela. Fiquei eufórico, vesti o casaco e saí de casa à pressa. Desta vez não fui vestido a rigor para não haver incidentes pelo caminho.
Toquei à campainha ouvindo:
- Já vai.
O meu coração começou a acelerar, esperando que ela abrisse a porta.
Quando ela abriu a porta e a vi fiquei completamente estático, nenhum músculo se mexia excepto o do pénis que não parava de mexer.
- Olá Pedro! Entra, tenho aqui umas pessoas que te quero apresentar. – disse ela com o seu sorriso lindo.
<Pera… que pessoas!?> pensei eu preocupado com o que me estava à espera.
- Quero-te apresentar uns amigos meus que são gays e umas amigas bissexuais. – disse ela achando que eu ia gostar da surpresa.
- Gays e Bissexuais? – perguntei eu completamente pálido.
- Sim, vamos jogar ao jogo da garrafa, as duas pessoas que calharem têm de se beijar. – respondeu ela sempre feliz.
Um arrepio percorreu-me a espinha, senti o corpo todo a desligar quase a desmaiar por completo.
<Onde é que me fui meter!?!? Não posso voltar atrás senão estrago tudo, mas se ficar vou-me humilhar tanto! Será que ela vale este esforço?> pensei eu enquanto me sentava no círculo para iniciarem o jogo.
Olhei para a Daniela de cima a baixo para me certificar que ela valia a pena.
Fiquei completamente babado quando olhei para ela. Sempre que olhava para ela era como se tudo fizesse sentido e que valia a pena o esforço.
A garrafa começou a rodar, eu só rezava para que calhasse nela e em mim.
Primeiro calhou no Marco e na Margarida. Eles beijaram-se normalmente porque não havia problemas de se envolverem devido às suas orientações.
De seguida calhou na Daniela e na Marta. Nunca vi nada mais sensual na minha vida. Elas beijaram-se de tal forma que eu fiquei completamente concentrado nelas. Só me veio um pensamento à cabeça.
<Se ela for ‘bi’, no futuro poderíamos fazer ‘ménage à trois’> pensei eu com a minha mente porca.
A garrafa rodou mais uma vez, calhou primeiro no Fábio. Rodaram-na novamente para decidir a segunda pessoa.
<foda-se!! Nãooooooooooooo!!!> pensei eu quando a garrafa apontou para mim.
- Força Pedro! – disse a Daniela tentando me dar apoio.
O Fábio aproximava-se de mim para me beijar. Fiquei sem saber o que fazer. Fugir ou sofrer? Vários pensamentos passavam na minha mente mas nenhum me ajudava a tomar uma decisão.
Ele chegou ao pé de mim e disse-me um “olá”.
Senti um enorme esticão na pila, como se ela quisesse fugir e deixar uma vagina improvisada no seu lugar.
- Não! – gritei enquanto me levanta e corria em direcção à porta.
A Daniela veio a correr para ver o que se tinha passado comigo.
- Que aconteceu Pedro?
- Não estou pronto para isto, desculpa. – respondi procurando uma forma de desculpar o meu comportamento.
- Desculpa, pensei que ias gostar. – disse ela com um ar triste.
- Não há problema, eu percebo.
- Amanhã compenso-te, podes vir cá a casa? Só nós os dois, se quiseres podemos ir ao cinema ou assim para esquecer o sucedido. – sugeriu ela.
- Claro amanhã venho cá ter. – disse eu enquanto me despedia dela com um beijo na cara.
Infelizmente hoje sofri uma consequência do meu plano, tenho de arranjar um esquema novo para que não haja mais “surpresas”.
