Iniciou um novo dia, nуo me saэa da cabeчa os acontecimentos da tarde anterior. Estive quase a humilhar-me por completo devido р minha paixуo pela Daniela... mas por outro lado nуo esqueчo o lado bissexual dela.
Estou a pensar em contar-lhe a verdade, mas estou com receio da reacчуo dela. Serс que ela me vai rejeitar e ignorar-me para sempre? Ou serс que me vai aceitar sabendo a verdade e talvez gostar de mim?
Nуo paro de pensar no assunto, ao menos desta vez ando a pensar com o cщrebro e nуo com a pila…
Hoje vou-me encontrar com ela mais uma vez, щ pena que ainda temos aulas hoje, nуo estou com paciъncia para enfrentar o Diogo depois daquele pequeno incidente.
Muitas perguntas, poucas respostas, a њnica coisa certa щ que tenho de ir andando…
Durante as aulas e nos intervalos, nуo pude deixar de reparar que o Diogo e os seus amigos ‘chungas’ nуo paravam de olhar para mim… aposto que estуo a preparar alguma coisa para quando as aulas acabarem.
E o pior щ que provavelmente a Daniela nуo vai estar presente para ajudar a mantъ-los calmos.
As aulas tinham acabado de terminar, a Daniela ficou na sala a conversar com a ‘stora’ de Portuguъs como щ costume. Eu estava sozinho enquanto que o Diogo estava com o “gang” dele.
Tirei da mala uma bisnaga que continha сlcool e um isqueiro que roubei ao meu pai quando quis experimentar tabaco hс uns meses. Praticamente tinha um mini lanчa-chamas na mуo para o caso de precisar de fugir ao Diogo.
Escondi o meu lanчa-chamas improvisado atrсs das costas. O Diogo aproximou-se de mim dizendo:
- Vais pagar pelo que fizeste ontem Torcэcolo.
<nуo posso hesitar> pensei eu enquanto tirava as mуos das costas.
- Jс vъs quem щ o Torcэcolo! – gritei enquanto acendia o isqueiro, disparando сlcool pela bisnaga.
Uma labaredas atingiram o Diogo. Como era сlcool algumas gotas ficaram-lhe na cara. Aproveitei enquanto os amigos dele lhe limpavam a cara para fugir dali.
Comecei a correr pela rua e ao virar a esquina para ver se apanhava o autocarro, fui abordado pelo Xavier, o melhor amigo do Diogo. Pelos vistos eles jс estavam р espera que eu tentasse fugir…
- Nуo te preocupes Torcicolo, nуo vai doer nada. – disse o Xavier enquanto se preparava para me agarrar.
- Arde porco! – gritei enquanto preparava para fazer o mesmo que fiz ao Diogo.
Mas correu mal… o isqueiro nуo acendia.
<Puta! Nуo me digam que acabou o gсs…> pensei eu a olhar com um ar de pasmado para o isqueiro.
- O que pensas que estсs a fazer? – perguntou o Xavier com um ar de desconfianчa.
Comecei a ouvir o Diogo e os amigos dele a correrem na minha direcчуo.
Tinha de agir rсpido ou havia a possibilidade de acordar numa cama no hospital.
Atirei o isqueiro р testa do Xavier. Aproveitei o momento em que ele pєs as mуos na testa para retomar a corrida.
O autocarro estava quase a partir, tinha de acelerar ou entуo tinha de ir a correr durante uma meia hora para nуo ser apanhado.
O motorista preparava-se para fechar a porta, sѓ tive tempo de me atirar lс para dentro, acabando a porta por fechar mesmo por trсs de mim.
<Sou ‘memo’ bom!!> pensei feliz enquanto me recompunha.
Depois de passar o passe fui-me sentar. Ao olhar para a janela vi o Xavier, Diogo e o resto da malta, cada um mais enervado que o outro.
<Chupem disto filhos!.> pensei enquanto mostrava o dedo do meio e a lэngua р medida que o autocarro andava.
Agora era almoчar e ir ter com a minha beldade. Claro que eles nуo iam deixar isto assim e iriam tentar apanhar-me noutro dia… mas como era sexta tinha o fim-de-semana para aproveitar a minha vida.

Saэ do autocarro, pensando ainda na minha pequena vitѓria frente aos ‘mauzѕes’, mas tambщm no que eu provavelmente iria sofrer na segunda.
Entrei em casa, deitei-me no sofс р espera que a minha pulsaчуo estabiliza-se.
Quando ela ficou normal fui almoчar. Enquanto comia recebi um sms da Daniela.
“Podes vir cс a casa? Nуo me falaste na escola e ‘tou’ com saudades de ‘tar’ contigo “
<Estс com saudades de estar comigo?> pensei bastante curioso.
Respondi р mensagem enquanto me preparava para sair de casa.
Ao chegar a casa dela, respirei fundo enquanto rezava para que nуo houvesse gays nem bissexuais nojentas do outro lado.
Ela abriu a porta a porta cumprimentando-me com um beijo na cara vestida apenas com roupa interior.
<Ela realmente sabe cumprimentar um ‘gajo’.> pensei eu com um ar de surpresa.
- Desculpa por estar assim estava a escolher roupa. – disse ela a rir.
- Se quiseres posso-te ajudar a escolher. – disse-lhe com o meu ar maroto.
- Nуo щ preciso. – respondeu-me ela a rir-se que nem uma perdida.
<Nуo sei porque achaste graчa… eu ‘tava’ a dizer a verdade…> pensei eu um bocado chateado.
Ela foi-se vestir enquanto eu pensava no que lhe dizer. Eu queria confessar-lhe tudo mas tinha receio da reacчуo dela.
- Tenho algo para te contar. – disse a Daniela.
- O quъ? – perguntei.
- Ontem no jogo, quando eu beijei a Marta щs capaz de ter reparado que eu e ela beijсmo-nos com alguma emoчуo. – respondeu ela.
<A sщrio… atщ parece que ninguщm reparou…> pensei.
- Pedro, eu sou bissexual. – disse-me ela um bocado nervosa.
<’Ya’ eu nуo tinha percebido ainda…>
- A sщrio!? – perguntei como se nуo soubesse.
- Sim щ verdade, mas olha isso nуo interessa, queres ver um filme que eu tenho aqui?
- Claro щ de que?
- Щ um romance. – disse ela bastante contente.
<...foda-se…>
- Adoro romances! – menti.
Ela pєs a porcaria do filme no leitor de dvd. A њnica coisa que me vinha р cabeчa era a seca que ia apanhar… mas depois lembrei-me que as miњdas ficam completamente emocionadas a ver este tipo de filmes. Claro que pensei num esquema para a beijar apesar de ela pensar que sou gay.
Passado 90 minutos de filme, estava ela a chorar toda emocionada, enquanto que eu estava com ‘cara de cu’ a olhar para o ecrу.
Ela abraчou-me a chorar. Quando se afastou um bocado, ficсmos os dois a olhar fixamente um para o outro. Claro que depois de uma hora e meia a ver aquele filme jс nem me lembrava do meu esquema. Atщ que ela me beijou, deitando-se por cima de mim no sofс. Eu naquele momento jс nem queria saber do meu esquema inicial de me fazer de gay. Fiquei completamente ‘teso’. Ela comeчou a tirar a camisola e a desabotoar-me a camisa, saltando para cima de mim que nem uma selvagem.
<Se ela faz isto aos gays, imagino aos heterossexuais… de tanta excitaчуo devem ter de andar com o pщnis numa cadeira de rodas…> pensei eu completamente maluco.
Ela preparava-se para me tirar as calчas. Sѓ me vinha uma palavra р cabeчa:
<SEXO!>
Mas quando ela estava quase a tirar-me os boxers, saiu de cima de mim com um ar de preocupada.
- Peчo desculpa nуo respeitei o facto de seres gay. – disse-me ela triste.
- Nуo faz mal, nуo devias ficar triste pelo facto de eu ser assim.
<O QUЪ!? “facto de eu ser assim”!?!?!?!?> pensei com um ar de estњpido.
<Mas porque щ que nуo lhe agarro no rego e a beijo!?> pensei de novo.
- Obrigada, щs um amigo verdadeiro e tenho sorte em te conhecer. – disse ela comeчando a sorrir.
Senti uma sensaчуo estranha dentro dos boxers… lembrou-me uma planta a murchar.
- Jс venho vou ali р casa-de-banho. – disse-lhe com um ar preocupado.
Entrei na casa-de-banho, baixei os boxers e vi… estava completamente mole, como se a bateria tivesse acabado. Entrei em pтnico, serс que estou a sentir a consciъncia pesada de lhe estar a enganar?
Tudo o que eu mais queria era voltar р sala terminar o que tэnhamos comeчado, mas a pila nуo se mantinha em pщ, tentei dar uma pequena ajuda mas nуo alterou nada.
Sem saber o que fazer voltei para a sala, dando uma desculpa р Daniela que tinha de me ir embora.
Vesti-me e saэ р pressa.
<Que se passa comigo!? A melhor oportunidade de concretizar o meu sonho foi estragada pela minha ‘merda’ de consciъncia!?> pensei bastante irritado.
Regressei a casa sem conseguir esquecer o sucedido. Fiquei acordado a noite toda a pensar em como resolver a situaчуo.
Uma coisa era certa… esta histѓria de ser gay nуo podia continuar.